Centro de JP ganhará complexo turístico

A Prefeitura de João Pessoa deve investir mais de R$ 200 milhões para a criação de um Complexo Turístico, Cultural e de Serviços na área mais antiga de João Pessoa. O projeto prevê a criação de um distrito de serviços na área de consultoria, tecnologia da informação, engenharia, arquitetura, gestão de negócios e empresas, e administração pública. Também está prevista a despoluição e desassoreamento dos manguezais do Rio Sanhauá, revitalização do Porto do Capim e do Centro Histórico. 



“Todo mundo fala em distrito industrial, mas queremos um distrito de serviços, que é uma indústria sem chaminés. Isso é um filão de negócios muito grande e, com as universidades, temos uma base muito grande de recurso humano não aproveitado tanto em nível de curso técnico, graduação, mestrado, doutorado e até pós-doutorado, que a gente prepara e vai embora”, afirmou Rômulo Polari.

Ele esclareceu que Recife criou algo parecido com a criação do Porto Digital, mas focado em tecnologia da informação. Em João Pessoa, a ideia é que sejam serviços em diversas áreas. “Para se ter uma ideia, o comércio mundial de serviços é na ordem de 4 trilhões de dólares e o Brasil participa com um percentual muito pequeno. É uma coisa extremamente moderna e é uma ideia pioneira”, frisou.

O secretário lembrou que haverá uma ampla reurbanização na área e que já existe o projeto habitacional para alocar os moradores. Ele disse que não necessariamente haverá verticalização para receber as empresas e, invés de galpões fabris e chaminés, haverá grande quantidade de escritórios e uma estrutura moderna, contemplando rede de fibra óptica. Polari destacou ainda que o local não será preparado para receber serviços que já estão na cidade, mas sim, uma nova base de serviços. 

Além do distrito, o complexo prevê uma reserva ecológica da ponte do Sanhauá até a Estação Ferroviária. No Porto do Capim, deve ser desenvolvido equipamento para o turismo e esporte náutico. A ideia é inserir ancoradouro, píer, marina e transporte. Para recuperação do patrimônio histórico, a ideia é que cada imóvel recuperado assuma uma utilidade vinculada ao turismo ou serviços e que também sejam levados moradores para a área.

“A cidade é vocacionada para um setor de serviços moderno e eficiente, gerador de emprego e renda com ocupações dignas. O setor terciário hoje na Paraíba tem muito reservatório de desemprego disfarçado porque as pessoas não conseguem um emprego bom e vão para formas precárias de ocupação. Queremos um setor com base no turismo, hotelaria, comércio moderno e prestação de serviço aproveitando o pessoal que nossas universidades formam”, defendeu.

O secretário de Planejamento da Capital ressaltou, no entanto, que uma política econômica mais consistente envolve uma atuação que não está no poder público municipal. Segundo ele, a capacidade de induzir não é tão grande, pois a parte de incentivos à indústria, preparação de mão de obra e infraestrutura de maneira geral tem mais haver com os governos do Estado e Federal. Mas, para ele a Paraíba ainda não foi objeto de grandes investimentos como outros estados do Nordeste. 

“O grande investimento na Paraíba se deu no ensino superior, a UFPB e UFCG mais do que duplicaram nos últimos cinco anos. O orçamento da UFPB saiu de R$ 400 milhões para R$ 1,2 bilhão, o número de cursos de graduação de 50 para 113, mestrado de 30 para 60, doutorado de 14 para 31, professores de 1.250 para 2.400 e alunos de 18 mil para 43 mil. Agora isso só vai resultar se forem empregados aqui, se tiver um setor industrial pujante, gerando emprego. A gente está formando capital humano para outros estados”, avaliou Rômulo Polari.

BID coleta informações
Técnicos do BID estão em João Pessoa trabalhando com equipe da prefeitura coletando informações e planejando a elaboração de projetos para o programa Cidades Sustentáveis, com recursos de 100 milhões de dólares para financiamento. A cidade foi a primeira selecionada este ano pelo banco para desenvolver ações com foco no meio ambiente, sustentabilidade, prevenção de acidentes em áreas de risco e calamidades públicas, energias renováveis e mobilidade urbana. 

“É algo espetacular e toda cidade gostaria de estar nessa posição. São empréstimos de longo prazo, cinco anos de carência e juros de 3% ao ano. É muito barato. Começamos a formar equipe para desenvolver os projetos. Os recursos precisam ser aprovados pelo BID, então vamos colocar em uma cartilha de ações que venha no tempo certo porque alguns projetos que precisamos começar logo não podemos esperar”, afirmou Rômulo Polari. 

A seleção foi anunciada este mês e o programa deve contemplar ainda outras três cidades no país. “Foi uma conquista muito importante. Quando fomos entrar João Pessoa tinha perdido prazo e desincentivaram a gente a nem concorrer, mas entramos e conseguimos. Primeiro porque tem muita pertinência desse programa com o que estamos fazendo. Isso veio ao encontro, agregou”, destacou o secretário de Planejamento da Capital.

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