O fim do supercomputador IBM Roadrunner


É o fim da linha para o IBM Roadrunner, o supercomputador de US$ 121 milhões que já recebeu o título de mais rápido do mundo. Localizado em um dos principais laboratórios de pesquisas nucleares dos EUA, no Estado do Novo México, ele será desativado neste domingo (31).

O motivo? O mundo da supercomputação está evoluindo e o Roadrunner foi substituído por algo menor, mais rápido, com consumo mais eficiente de energia e mais barato. Ainda assim, funcionários do Laboratório Nacional de Los Alamos afirmam que ele ainda figura entre os 25 supercomputadores mais rápidos do mundo.


O IBM Roadrunner é formado por 278 prateleiras repletas de processadores.


 Foto: Wikimedia Commons



"O Roadrunner fez todos pensarem em novas maneiras de construir e usar um supercomputador", disse Gary Grider, que trabalha na divisão de computação de alto desempenho do laboratório. "Processadores especializados estão sendo incluídos de novas formas em novos sistemas e usados de novas maneiras. Nossa demonstração com o Roadrunner fez todos prestarem atenção."

Em 2008,o Roadrunner foi o primeiro equipamento a quebrar a então indescritível barreira do petaflop, ao processar pouco mais de um quatrilhão de cálculos matemáticos por segundo.

O Roadrunner foi construído a partir de uma parceria com a IBM que usou peças disponíveis comercialmente. O resultado foram 278 prateleiras do tamanho de geladeiras recheadas com dois tipos diferentes de processadores, todos conectados por 89 quilômetros de cabos de fibra óptica. Foram necessárias quase duas dezenas de carretas para transportar o supercomputador de Nova York até o Novo México.

O supercomputador tem sido usado ao longo dos últimos cinco anos para estudo de vírus e de partes desconhecidas do universo, para melhor compreender lasers e para o trabalho com armas nucleares. Isso inclui simulações destinadas a garantir a segurança e a confiabilidade ao longo do envelhecimento do arsenal dos EUA.

Como parte do programa de gestão do estoque nuclear dos EUA, os pesquisadores utilizam a capacidade Roadrunner de realizar cálculos em alta velocidade para desvendar alguns dos mistérios do fluxo de energia em armas.

O laboratório de Los Alamos tem ajudado no desenvolvimento de pioneiros sistemas de computador por décadas. Em 1976, o laboratório apoiou a criação do Cray-1. Em 1993, tinha o supercomputador mais rápido do mundo, o Thinking Machine CM-5.

“E pensar onde vamos estar nos próximos 10 a 15 anos é simplesmente incrível", declara Kevin Roark, porta-voz do laboratório.

Atualmente, Los Alamos – junto com cientistas do Sandia National Laboratories, em Albuquerque, e o Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia – utiliza um supercomputador apelidado de Cielo. Instalado em 2010, é ligeiramente mais rápido que o Roadrunner, ocupa menos espaço e custou quase US $ 54 milhões.

Roark diz que nos próximos 10 a 20 anos é esperado que supercomputadores sejam capazes de quebrar a barreira do exascale, ou um quintilhão de cálculos por segundo.

Não haverá cerimônia quando Roadrunner for desligado, mas os representantes do laboratório dizem que os pesquisadores vão passar o próximo mês mexendo em seu sistema operacional e buscando técnicas de compressão de memória antes do desmanche começar. Eles dizem que este trabalho pode ajudar a orientar o projeto de futuros supercomputadores.


ig

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