O Uruguai deveria oferecer "maconha grátis" no âmbito do projeto de lei
que visa a regulamentar a produção e a venda de canabis, desde que se
implemente um registro de usuários, afirmou o presidente da Suprema
Corte de Justiça (SCJ), Jorge Ruibal Pino.
"Na minha opinião
teriam que dar a maconha de graça", afirmou o representante da máxima
instância judicial do país à rádio local Universal de Montevidéu. Para
Ruibal Pino, "a ideia de legalizar a maconha", impulsionada pelo
presidente uruguaio, José Mujica, "não é ruim, mas devem ser feitos
esclarecimentos" como um registro de consumidores, pois é "essencial que
o dependente se registre".
Mais tarde, em declarações ao portal de notícias Subrayado, Ruibal
esclareceu que sua ideia é uma "especulação pessoal", mas se perguntou
se oferecer maconha gratuita "não será o pontapé inicial para que os
dependentes venham se registrar".
O polêmico projeto - defendido por Mujica em junho de 2012, que pretende
fazer o Estado assumir o controle, a produção e a venda da droga - está
sendo discutido em uma comissão parlamentar e a esquerda governista
espera que seja aprovado no decorrer deste ano. Atualmente, o consumo de
maconha não é criminalizado no Uruguai e cabe aos juízes determinar
quanto uma pessoa pode portar para consumo próprio para não ser punida
criminalmente.
Segundo dados recentes da Junta Nacional de Drogas, o Uruguai tem 20.000
consumidores diários de maconha, 75.000 mensais e cerca de 120.000
anuais.
Terra