O reitor da Universidade Estadual da
Paraíba, professor Rangel Júnior, enfrentou protestos feitos por
estudantes por ocasião de aula inaugural no campus de Guarabira, na
noite desta quarta-feira (20). Rangel foi convidado pela direção do
campus para ministrar a aula inaugural do ano letivo e os estudantes
aproveitaram a oportunidade para realizar o protesto.
Tudo estava indo muito bem até que o
reitor foi chamado pelo cerimonial para compor a mesa. A platéia
recebeu o professor com frieza e houve um ensaio de vaia. Minutos
depois, quando foi anunciada a fala de Júnior, os manifestantes entraram
com cartazes em forma de protesto pedindo melhorias nas condições de
ensino. “Queremos livros e modernidade de verdade”; “UEPB, valorize os
professores”; “Não temos memória curta. Não esquecemos suas promessas”;
“Pesquisa e extensão precisam de tempo”, foram alguns dos cartazes
empunhados pelos alunos.
Contrariado, Rangel ameaçou desistir
da aula e sugeriu fazer uma visita às dependências do campus para
verificar as cobranças apontadas pelos estudantes. Com o auditório
lotado, a direção do Centro de Humanidades, através do diretor adjunto,
professor Agassiz Almeida, fez uma intervenção e ponderou para o bom
senso dos presentes para que respeitassem o momento e permitissem que o
reitor cumprisse seu propósito para o qual foi convidado.
Depois de algum tempo o professor
Rangel retomou a aula e em seguida os alunos puderam ter a oportunidade
de fazer questionamentos sobre a sua gestão à frente da instituição. O
reitor disse que não pode resolver todos os problemas da UEPB num passe
de mágica e pediu a colaboração da comunidade acadêmica a unir-se em
defesa da instituição. “Tenho energia e conhecimento suficiente para
lutar em defesa de uma UEPB forte, mas isso não pode ser feito do dia
para a noite. Quero brigar com vocês para defender as causas que dizem
respeito a todos nós”, falou o reitor.
A greve
Em contato com a imprensa, Rangel
lamentou que logo no início de sua gestão tenha que enfrentar um
movimento paredista, deflagrado pelos servidores técnico-administrativos
e considera que os professores também já caminham para uma paralisação
por tempo indeterminado. “Respeito a política feita na UEPB por quem
quer que seja, mas o momento não é oportuno. Começamos a fazer um
trabalho para colocar a universidade onde ela merece estar e isso é
muito ruim para a comunidade acadêmica”, falou.
O reitor rebateu os números
apresentados pelo sindicato da categoria, que alega defasagem e diz que
há quatro anos não recebeu aumento salarial. “Os números que tenho são
outros. Nos últimos anos os servidores da UEPB tiveram aumento salarial
de 300%, bem acima da inflação. Nós não podemos agora discutir reajuste
porque não temos margem para isso dentro do orçamento. Temos uma agenda
com o governador Ricardo Coutinho e vamos levar a situação para ele e
ouvir de Ricardo o que é possível ser feito”, concluiu.