Professor da UFPB cria vacina que bloqueia gripe aviária H5N1


O resultado da pesquisa de Lindomar José Pena compôs sua tese de PhD em Ciências Médicas Veterinárias que foi defendida na University of Maryland


O professor adjunto do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lindomar José Pena, é criador de uma vacina contra a gripe aviária cujos testes apresentaram resultados muito mais satisfatórios que as vacinas atualmente aplicadas em todo o mundo. O resultado da pesquisa compôs a tese de PhD do autor em Ciências Médicas Veterinárias, que foi defendida nos Estados Unidos e parte dos resultados foi publicada no mês de maio na melhor revista sobre vírus, a Journal of Virology.

A vacina foi criada na University of Maryland, uma das universidades mais prestigiadas dos EUA, onde o seu autor fez o PhD em Ciências Médicas Veterinárias e fez importantes descobertas sobre a gripe suína e aviária. O professor Lindomar Pena fez questão de mencionar que os direitos autorais sobre este trabalho estão reservados em sua tese de PhD. O orientador da tese foi o professor Daniel Perez, em cujo laboratório as pesquisas foram feitas.

Segundo o professor Pena, as vacinas anteriormente desenvolvidas contra o vírus da gripe aviária H5N1 não foram eficazes ou apresentavam risco de troca do material genético com os vírus circulantes na natureza formando, potencialmente, um novo vírus mais agressivo para a população humana e animal. A vacina desenvolvida pelo professor Pena é segura, não apresenta as limitações acima e apresentou excelentes resultados até no combate ao mais letal dos vírus causadores da gripe, um vírus do subtipo H5N1 isolado a partir de um paciente que morreu de pneumonia no Vietnã. A vacina já foi submetida ao processo de patenteamento, e está em andamento.

Sobre a sua criação, o professor Lindomar Pena comentou: Nós queremos fazer que esta vacina seja útil e eficiente não somente contra os vírus H5N1 e H9N2, mas contra qualquer vírus, inclusive contra o vírus H7N9 que está causando terror na Ásia. Além disso, ela poderá ser utilizada para combater o vírus da gripe, e também contra outro patógeno qualquer: para neutralizar uma bactéria (que causa pneumonia), parasita (malária), fungos e até células cancerígenas. “Fizemos a vacina de maneira bem engenhosa de forma que ela possa ser utilizada para essas outras possibilidades. Começamos testando contra a gripe, mas já estamos testando contra essas outras doenças”, frisou.

Ele disse que a pesquisa partiu da estratégia de fazer uma vacina viva altamente potente, mas que não tivesse os problemas associados à vacina tradicional. “O que fizemos foi modificar o vírus geneticamente, através de técnicas de engenharia genética: embaralhamos o genoma viral de tal maneira que o vírus tornou-se enfraquecido e possibilitou a inserção de genes de outros organismos de interesse”.

O professor também explicou que o embaralhamento do genoma viral reduziu consideravelmente a probabilidade de mistura, ou recombinação, do material genético desse vírus vacinal com outros circulantes e, mesmo se essa mistura ocorresse, o vírus resultante será completamente inofensivo, conforme demonstrado em animais de laboratório. O desenvolvimento dessa vacina foi repercutido pelos principais veículos de comunicação científica do mundo.

http://www.ufpb.br/content/professor...%C3%A1ria-h5n1

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