Anatel pressiona por pacote de TV por R$ 20

Para NET, o custo de aquisição dos jogos de futebol é um dos fatores que encarece a programação

O presidente da agência reguladora das telecomunicações no Brasil, João Rezende, defendeu nesta terça-feira (27) que as operadoras de serviço de TV paga devem estruturar pacotes de serviços que custe em torno de R$ 20 aos usuários, para que a base dos possíveis usuários aumente. "Oferecer um pacote com programação menor é importante para que muitos brasileiros possam incorporar isso na vida. Hoje muitas famílias ainda não têm como incorporar uma assinatura da ordem de R$ 40", declarou Rezende, que abriu nesta terça-feira (27) no 34 Encontro Tele.Sintese, em São Paulo. 



Para o presidente da NET Serviço, José Antonio Félix, a oferta de um pacote a baixo custo ainda é um desafio por conta dos altos custos da programação preferida pelo telespectador, que é o jogo de futebol. "A transmissão do jogo de futebol é muito cara", afirmou o executivo. O presidente da agência confirmou que há na Anatel um grande volume de reclamação pela falta dos jogos de futebol nos pacotes mais baratos da TV paga.
"Temos dificuldade de fazer pacotes baratinhos. O que nos resta na margem é importante para reinvestir nesse negócio que sabemos, é de capital intensivo. Para colocar um assinante na base, ele precisa gerar lucro. Se não der lucro, dá prejuízo: uma ligacao para o seu call center custa quase R$ 8. Com algumas ligações acabou a margem do ano", salientou Félix, lembrando que a troca dos set-top-boxes na casa dos clientes precisa ocorrer com frequência o que também implica em custo para a operadora. 

No que tange ao coteúdo, Félix lembrou que os brasileiros de baixa renda desejam pacotes com canais de esporte, em que possam assistir aos campeonatos de futebol, canais de conteúdo adulto e filmes. Tais conteúdos, no entanto, estão entre os mais caros para as operadoras. "O custo do futebol no Brasil, independentemente da programadora, é caro e cada vez mais caro. Alguns canais são por natureza mais caros e por isso a dificuldade [de desenvolvimento de uma oferta mais barata, mas que atenda às expectativas]", declarou.

Mais competição

Para Rezende, o aumento da concorrência na TV paga ainda pode desencadear uma maior pressão por redução dos preços ao consumidor. E lembrou que ainda há operadoras que não exploram este mercado em todo potencial, como a Telefônica Vivo, e que podem apoiar o processo de ampliação da penetração do serviço no país. A operadora espanhola, neste momento, segue focada em sua solução de IPTV e na oferta de DTH no estado de São Paulo, mas já tem perspectiva de ampliar sua cobertura.


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