PB terá investimentos em malha ferroviária

A Paraíba será incluída no Programa de Investimentos e Logística (PIL) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), voltado para melhoramento e expansão de ferrovias.



O anúncio aconteceu ontem, quando foi anunciada, também, a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), pela concessionária Transnordestina Logística S.A. (TLSA), responsável pelas obras da ferrovia Transnordestina e, agora, pela reforma da malha ferroviária paraibana.

Políticos e outros representantes dos setores público e privado, liderados pelo senador Vital do Rêgo Filho (PMDB), reuniram-se na manhã de ontem, no Hotel Verde Green, em João Pessoa, para debater investimentos em expansão e desenvolvimento logístico no transporte de cargas sobre trilhos do Estado. Estiveram presentes no evento os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB), Cícero Lucena (PSDB) e a prefeita do município de Patos, Francisca Motta (PMDB).

O senador Vital do Rêgo Filho (PMDB), responsável por reunir os participantes do debate, afirmou que as ferrovias paraibanas estão atrasadas e investir no segmento é fundamental para que o Estado possa disputar em patamar de igualdade com o restante do país.

“No Brasil existe deficiência de logística de mais de 50 anos. A Paraíba talvez seja o retrato mais claro e evidente dessa deficiência. Temos um porto subutilizado, que precisa de investimentos; uma BR que cruza o Estado e precisa ser duplicada; e temos uma ferrovia que lamentavelmente não traz nenhum tipo de benefício. Com o TAC assinado, esperamos dar um salto de desenvolvimento e qualidade na logística do Estado”, disse o senador.

Com investimentos na ordem de R$ 8 bilhões, a empresa Transnordestina Logística S/A é a concessionária responsável pela ferrovia Transnordestina, obra inserida no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), do governo federal, que pretende modernizar e expandir 4.200 km de ferrovias no país.

Após a assinatura do TAC, realizada na última sexta-feira (20), a Paraíba passa a fazer parte das obras estruturantes da ferrovia, possibilitando a ligação da cidade de Cabedelo ao Estado do Ceará. Serão cerca de 597 km reformados num prazo máximo de dois anos, a contar do dia da assinatura.

FERROVIAS DO NE ESTÃO DETERIORADAS 

O diretor-presidente da Transnordestina Logística S/A, Ângelo José Carvalho Batista, ressaltou que os problemas nas ferrovias nordestinas são resultado do longo período sem investimentos públicos no setor. “O país tem uma dívida com o Nordeste como um todo.

A malha nordestina, desde a época de privatização da rede ferroviária federal, era a mais prejudicada, com baixíssimos investimentos e dentro de um processo de deterioração bastante significativo. A malha sempre foi ruim, desde privatizada a empresa era deficitária e os acionistas sempre tiveram que colocar recursos, porque nunca houve volume de cargas que justificasse a viabilidade econômica”.

De acordo com o representante da Transnordestina Logística S/A, após a assinatura do TAC que inclui a Paraíba dentro na rota de investimentos das ferrovias, é esperada a recuperação da logística de cargas no Estado, mas que se fazem necessários mais investimentos que acompanhem o ritmo econômico da região.

“É preciso investir numa logística integrada. O Porto de Cabedelo precisa de investimentos para se tornar um porto de alta capacidade, de cargas e produtividade. Se fizer investimento só no transporte e não faz nos portos e armazenagem não vamos ter logística eficiente”, disse Ângelo José Carvalho, que apesar de ressaltar os investimentos para o Estado, não soube precisar o valor quantitativo do investimento na Paraíba.

“Com a assinatura do TAC, queremos afirmar que vamos investir na recuperação da malha ferroviária da Paraíba, trocar trilhos, dormentes, colocar brita onde não tem, enfim recuperar trechos com dificuldade. Porém é preciso mais: que o Estado receba investimentos de maior vulto para que possa dotar a ferrovia de uma capacidade maior”, disse o diretor-presidente da Transnordestina Logística.

Também estiveram presentes no encontro representantes do Porto de Cabedelo, Sebrae, Banco do Nordeste, Dnit, Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep) e Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).


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