CONFERÊNCIA NACIONAL, APROVA A CRIAÇÃO DOS CENTROS DE CIÊNCIAS DO CAMPO

Os 1,2 mil delegados e delegadas da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (2ª CNDRSS) aprovaram, nesta quinta-feira (17), as 100 propostas que priorizam o desenvolvimento do Brasil Rural para os próximos anos. O documento final será usado para a construção do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário PNDR do Brasil. Tiveram direito a voz e voto representantes da sociedade civil - agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, jovens e mulheres rurais – e do poder público.

“A realização dessa Conferência Nacional foi um marco na história do pais, trazendo possibilidades grandiosas e reais para uma melhor qualidade de vida dos povos do campo. 





O Documento final será a base para construção da Política Nacional de Desenvolvimento Rural - PNDR, a ser instituída pelo Governo Federal, beneficiando os povos do campo, incluindo as regiões semi-áridas bem como os povos da floresta e do mar" afirmou o Professor Marcos Barros de Medeiros da UFPB - Bananeiras que participou como Delegado da Conferencia em Brasilia, na qualidade de representante do poder publico federal. Da Paraíba a comitiva integrou 34 delegados, sendo 50 % homens e 50% mulheres, eleitos pelos pares na Conferencia Estadual, realizada em agosto passado, dentre os representantes da sociedade civil e de governo.

Segundo o Professor Marcos, a construção das propostas tiveram inicio em maio deste ano, com a realização das conferências territoriais, intermunicipais, municipais, setoriais, temáticas, estaduais e distrital. A mobilização teve como resultado a apresentação inicial de 11,3 mil sugestões. Desse montante, os encontros estaduais encaminharam 1.080 propostas para a Comissão Organizadora Nacional da conferência. Dentre os avanços estão a instituição de cotas de 50% das vagas de técnicos da ATER para mulheres, a fixação de cotas para o ingresso dos jovens e agricultores nos cursos universitários agrários, a criação do bolsa permanência dos jovens no campo, a ampliação do ensino a distância e a instituição dos Centros Universitários de Ciências do Campo

Dentre as 100 propostas escolhidas e aprovadas no documento final da 2a CNDTSS para compor o PNDR destacamos a que foi apresentada e defendida pelo Prof. Marcos Barros, que trata da implantação do Centro Universitário de Ciências do Campo, inicialmente proposto para ser implantado na UFPB Campus de Bananeiras. Para sua surpresa a ideia foi acatada não somente para o Estado da Paraíba (pois ja havia sido priorizada na Conferencia Estadual), mas acatada e estendida, aprovado maioria dos 1,2 mil delegados da Conferencia Nacional, para ser implantada em todos os territórios rurais brasileiros. 

Esse fato além de garantir a legitimidade e a maior importância dessa proposta, implicará também numa maior disponibilização e interesse do governo federal em instituir esses centros e ampliação do volume de recursos para a consecução desse objetivo. Portanto os Centros Universitários de Ciências do Campo já podem ser considerados uma realidade a partir de 2014 em todo o pais. 

Estes centros serão contextualizados e  terão como meta a oferta de cursos superiores, pautados na pedagogia da alternância e voltados às realidades camponesas locais e regionais, destacando-se a formação de professores por meio das graduações em Licenciaturas em Ciências Agrárias, Educação do campo, Pedagogia da Terra, Agroecologia, Economia Doméstica, Geografia Agrária, Cooperativismo e Associativismo, Direito Agrário, dentre outros cursos relacionados no documento da Conferencia, informou o Professor Marcos Barros de Medeiros.

Neste sentido o Território do Piemonte da Borborema (que engloba 17 municípios do Brejo) e a Conferencia Estadual de Desenvolvimento Territorial Sustentável e Solidário da Paraíba também já haviam priorizado essa meta tendo sido escolhido o Campus Universitário de Bananeiras, que é da UFPB, como sendo uma das sedes dos primeiros campi do Brasil onde serão instalados uma dessas unidades universitárias a partir do próximo ano. Os recursos poderão vir do MEC e do MDA além de outras fontes a serem articulados pela Secretaria Geral da Presidência da Republica.

O Professor destacou ainda a importância da formação de professores em ciências agrárias e em educação do campo para compor os quadros de professores dos Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFAS) a serem implantados em todos os territórios brasileiros com recursos federais a partir do PNDR. Estes centros terão como metas a formação técnica dos jovens do campo em profissões de interesse regional. também foram aprovados ainda ampliação de recursos e aceleração da implantação do  PRONACAMPO incluindo projetos dos programas PRONERA, PRONATEC, e PROCAMPO.

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