Ao jornal, Coelho, 65, abriu as portas de seu apartamento em Genebra, local que ele descreve como "uma bênção".
"Eu
fico andando todo dia por aqui e olho as montanhas, os campos e a
cidade pequena, e digo, 'meu Deus, que bênção'. Mas aí que você percebe
que é preciso colocar tudo num contexto, que vai além dessa mulher,
desse homem, dessa cidade, desse universo. Vai além de tudo. Vai até o
centro da razão para estarmos aqui."
Sobre seu livro, Coelho o resumiu em apenas algumas sentenças --algo que admitiu que era "bastante difícil".
"Aceite suas contradições. Aprenda a viver com elas. Porque elas não são maldições --são bênçãos."
De
acordo com o escritor, Jesus Cristo também foi contraditório. "Se
retratassem um Jesus sem contradições, os evangelhos seriam falsos, mas
as contradições são um sinal de autenticidade. Então, Jesus diz, 'dê a
outra face', e aí ele vai lá e pega um chicote."
Para o escritor, essa é uma razão para amá-lo. "Ele é um homem para todos os momentos."
FÉ
O escritor, que é católico, disse que atualmente é possível ter fé e ser um covarde.
"Às vezes, as pessoas renunciam à vida em nome da fé, o que é uma fé fatal. Eu gosto dessa expressão, fé fatal."
Ele propôs ainda uma fé baseada na alegria.
"Quanto
mais você estiver em harmonia consigo próprio, quanto mais feliz você
estiver, mais fé você terá. Fé não serve para te desconectar da
realidade, ela conecta você à realidade."
Para
Coelho, não é preciso lembrar apenas dos sacrifícios de Jesus --a quem
ele chamou de "bon vivant" e "politicamente incorreto".
"Ele
viajou, bebeu, socializou sua vida toda. Seu primeiro milagre não foi
curar um pobre cego. Foi transformar água em vinho, não vinho em água."
Da Folha Online
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