Júri popular condenou três pessoas acusadas de assassinato motivado por rixa entre as famílias Oliveira, Veras e Suassuna

Um júri popular condenou três pessoas acusadas de assassinato motivado por rixa entre as famílias Oliveira, Veras e Suassuna, nesta terça-feira (13), no Fórum Criminal de João Pessoa. A briga entre os clãs das três famílias já vitimou ao menos cem pessoas, segundo o TJ/PB (Tribunal de Justiça) da Paraíba, nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo.

A operação "Laços de Sangue", desencadeada em outubro de 2011, prendeu cinco suspeitos de envolvimento nos confrontos entre as três famílias, que ocorrem desde a década de 1950, motivadas inicialmente por poderio político, mas, agora, por vingança. Com a prisão dos suspeitos, a polícia disse acreditar que a rixa entre as famílias foi desarticulada.
Três dos cinco acusados foram condenados pelo assassinato de Aldo Suassuna de Sousa, em Patos (300 km de João Pessoa), em 26 de junho de 2011, quando a vítima foi alvejada a tiros em frente ao bar Espetinho do Raniere.
Segundo o TJ/PB, os condenados foram Raimunda Ednalva de Mesquita, que recebeu a pena de 24 anos e 3 meses pelos crimes de homicídio e formação de quadrilha;  Raimunda Cleide Batista de Oliveira, condenada a 20 anos, por homicídio e formação de quadrilha; e Vinícius de Mesquita Sousa, a 18 anos e 6 meses, por homicídio. Foram absolvidos João Lustosa de Sousa e Raimunda Cleonice de Mesquita Sousa.

Confrontos

Os confrontos entre os Oliveira, Veras e Suassuna já duram mais de meio século e se iniciaram em 1950, em Catolé do Rocha ( 427 km de João Pessoa), com a disputa pelo poder político entre os Suassuna e os Maia.
A rixa entre as três famílias se acirrou com a morte da patriarca do clã dos Oliveira, Silvino Mesquita de Oliveira, em 1995, que teria sido assassinado a tiros por Pedro Veras de Sousa. Os filhos de Silvino Oliveira passaram a ameaçar os Veras, que resolveram "se precaver" e assassinaram Grimalcy Mesquita, filho de Silvino.
Após a morte de Grimalcy, parte da família Oliveira resolveu se mudar para São Paulo e começou a juntar dinheiro para financiar novos assassinatos para vingar as duas mortes, com pistoleiros de aluguel, segundo informações da polícia.

Ação 'mafiosa' em São Paulo

A obstinação por vinganças com os assassinatos fez a polícia descobrir que as famílias estavam fazendo seguro de vida no nome dos alvos para receberem as apólices dos mortos, que financiariam contratação de pistoleiros para vingar em novos assassinatos. Os seguros de vida recebidos chegaram a custar até R$ 200 mil.
De acordo com a polícia, a família Oliveira dividiu-se em duas partes – uma foi morar em São Paulo e outra ficou no Sertão Paraibano. As investigações policiais apontaram que os Oliveira que moram em São Paulo são chamados de "Paraíbas" e são acusados de fazer várias extorsões em comerciantes da rua 25 de Março, as quais exigem dinheiro em troca de segurança para as lojas.

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